Caso Artur Berlet


No dia 14 de maior de 1958, Artur Berlet tratorista da prefeitura de Sarandi,Rio Grande do Sul, regressava do interior do municipio, viajando a pé e as vezes de carona, quando, ás 19 horas, ao passar pela fazenda do Dr.Dionisio Peretti, viu uma luz estrela no mato á beira da estrada a uns 200 metros de onde se encontrava. Curioso, atravessou a cerca de arame pra ver o que era aquilo e, chegando a 30 metro do foco, constatou que a claridade opaca provinha de um enorme objeto circular, de uns 30 metros de diametro cuja forma lembrava bandejas, viradas uma contra a outra. Receoso, pensou em fugir,mas a curiosidade foi mais forte e ele se aproximou alguns passos subitamente, surgiram alguns vultos e um forte jato de luz atingiu-o, fazendo perder os sentidos.

RAPTADO

Ao recuperar a cosciencia, encontrava-se atado num leito tipo cama de hospital. Algumas pessoas se movimentavam aparentemente alheias á sua presença. Eram altas, mais do que o normal na terra, claras, cabelos de cor palha.
''procurei dirigir-me a elas em diversos idiomas, Umas me olhavam indiferentes, outras sequer olhavam''
Pouco depois, Berlet foi desamarrado por dois individuos que o levantaram e o levaram a um outro compartimento, onde lhe vestiam uma capa comprida. Sempre amparado pelos flancos, porque ele se sentia muito fraco, os homens o conduziam através de várias salas até uma porta de saída. Surpreso, constatou que a nave estava pousada em solo firme, numa cidade estranha. Sentiu então, grande mal-estar. ''tive a imprenssão de que havia perdido a metade do meu peso e, ao mesmo tempo, de que meus ombros haviam aumentado o volume.''
Amparado pelos dois tripulantes , caiu do disco e foi levado, a pé por uma estreita rua, com altos edificios de cores variadas e intensamente luminosas, até um grande prédio , onde entraram. Ali, foi alimentando com uma espécie de carne e pão. Depois, foi conduzido a outra sala, onde haviam muitas pessoas reunidas. Tentaram estabelecer conversação com ele, mas não se compreendiam mutuamente. Berlet falou-lhe em portugues, espanhol, italiano e alemão. Quando falou nessa última, um deles levantou-se, demonstrando grande alegria e disse: ''Deutsch?''
Terminada a reunião, esse homem, que só sabia falar umas tres ou quatro palavras em alemão levou-o a outro edificio. Ali, Berlet tomou um banho de ''água tão leve como gás'', vestiu novos trajes que lhe deram e foi conduzido a uma sala, onde várias pessoas, sentadas ao redor de uma mesa retangular, conversavam animadamente.'' Ao notarem a minha presença, todos, como por encanto, calaram-se e se voltaram para mim''
Seu acompanhante falou algo com eles e, então se levantou um homem alto e forte, dizendo-lhe em correto alemão:
''-sente-se.''
Daí em diante esse individuo, de nome Acorc, passou a ser cicerone, levando-o a visitar aquela e outras cidades de Acart- o nome daquele mundo, explicando tudo que via e perguntava.

Esclareceu Acorc que seu planeta , naquela ocasião, estava a 62 milhões de quilometros da terra. Não tem satélites naturais, mas possui duas gigantescas plataformas espaciais girando á sua volta. O clima é sempre frio. Os meios de locomoção são aéreos. As cidades são como as nossas,mas as ruas servem somente para pedestres. Á noite, as ruas não tem necessidade de iluminação, devido ao resplendor das paredes. Para o transporte de pessoas existem naves pequenas, com capacidade para dois até 10 passageiros. São como aviões sem asas, impulsionados por motores, podem parar em pleno ar e voar mesmo dentro de uma sala. Os veículos para cargas pesadas são empregados também em viagens espacias.


DE OLHO NA TERRA:

O grande problema de Acart é o da super população. Por isso, os acartianos estão de olho na terra. Não para invadi-la a força, pois ''eles possuem alto senso humanitário, são muito evoluidos e bons''. Todavia, sabem que os próprios terricolas se destruirão com suas armas atomicas, o que não vai tardar muito e, então, sem guerra, sem qualquer violencia, eles poderão ocupar o planeta morto. A radioatividade não constituirá problema. Seus aparelhos poderão, em poucos minutos, transformar veneno atomico em fertilizantes para o solo, para vegetação e seres vivos.
Suas armas são apenas duas: desintegradores e neutralizadores solares. Estes ultimos também empregados na medicina e na lavoura.
Quanto ao sistema de governo, Berlet não sabe como qualidicá-lo. Disse ser uma mistura de sistemas com um nome diferente. Lá  não há moeda circulante. O planeta Acart é um só país, inteiramente habitado. Sua capital, aquela metrópole onde se encontrava, tinha 90 milhões de habitantes! Todos no país trabalhavam para a coletividade e tem um padrão elevadissimo. O governador é eleito a cada tres anos por um conselho de 500 membros.

A VIAGEM DE VOLTA

Na volta, a viagem foi mais agradável. Entraram na cosmonave e Acorc, que o acompanharia até a terra, deu uma pílula.
'' - Terei que fazer a viagem em estado de incosciencia como na vida?''
''-Não, desta vez não será preciso. Poderá percorrer acordado grandes trechos do percurso sem correr perigo algum. Apenas nas zonas de turbulencia magnética, a fim de resistir melhor, deverá dormir: ao sair do campo magnético de Acart, ao percorrer o chamado espaço neutro e ao atravessar as barreiras magnéticas da terra.''
A pílila, que os tripulantes também tomaram, foi o único alimento durante a viagem. A nave deixou-o em terra a 5 quilometros de Sarandi. Seu amigo despediu-se afavelmente a saída do disco.
Caminhou com dificuldade 10 passos á frente, sem se voltar, seguindo recomendação de Acorc. Então parou e olhou para trás, na esperança de ver a decolagem da cosmonave... Mas só havia escuridão! Tudo desaparecera naqueles poucos momentos! Ainda obedecendo ás recomendações do acartiano, fez todos o percurso a pé até sua residencia, vagarosamente, levanto tres horas nesse trajeto que, normalmente, fazia em uma hora apenas. Na primeira, semana após regresso, permaneceu em casa, até recuperar completamente as energias perdidas e ordenar suas idéias confusas, conturbadas por aqueles oito dias em que viver a mais estranha aventura de sua vida.

JUSTAMENTE COM TUDO ISSO, FICA O AVISO:

''Em 1958 havia na terra poucas dezenas de bombas atomicas, Hoje, passados 20 anos, temos milhares delas prontas pra disparar a qualquer momento, isto sem contar com outras tantas que foram criadas e aperfeiçoadas.
Eu pergunto: Contra quem toda essa preocupação? Ora, contra nossos irmãos, nossos pais, nossos filhos, primos, enfim. Contra a nossa própria especie.
Em 1958, no mundo uma em cada dez pessoas passava gome, hoje , uma em cada tres pessoas passa fome. Em 1958 quase todos os rios da terra mantinham sua fauna aquática em perfeitas condições de vida. Hoje 90% dessa fauna está sendo ameaçada ou destruida, com milhares de sangas, riachos e rios morrendo. Pasmem: Uma quarta parte das florestas que foram devastadas desde a vinda de cristo até hoje, o foram de 1958 para cá.
''AONDE QUER CHEGAR O HOMEM DA TERRA? VOCE SABE? ENTÃO RESPONDA, PORQUE EU SEI, MAS NÃO POSSO RESPONDER'' Palavras de Artur Berlet no ano de 1978.

Todo o relato em video: